As eleições abriram o debate sobre a “nova política”, com a vitória de “outsiders” – não só do presidente eleito Jair Bolsonaro, mas também de vários governadores, como o gaúcho Eduardo Leite, que mostra autenticidade e idealismo no enfrentamento das questões da agenda contemporânea.
As redes sociais desempenharam papel decisivo, em que discursos direcionados à anticorrupção e à defesa da segurança pública ganharam relevância extrema. Quem soube captar os anseios da sociedade, posicionou-se mais estrategicamente.
A ficha limpa pesou muito e quem explicou melhor seu passado saiu-se bem perante o eleitor. Sabe-se que ninguém está imune a denúncias e acusações, mas é necessário passar credibilidade nas contestações. Vivemos a Era da Autenticidade.
Nos debates, ganhou pontos quem mostrou posturas mais realistas, deixando de lado a hipocrisia, a falsidade e até o falso moralismo. A sociedade não aguenta mais corrupção, incompetência e demagogia. Jair Bolsonaro usou essa realidade, e na mesma trilha seguiram Wilson Wiltzel (RJ), Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS) e Ibaneis Rocha (DF)
Haverá cobrança incessante por resultados, é claro, e as instituições fiscalizadoras foram reforçadas, pois integram essa nova agenda de desenvolvimento do país. Ministério Público, Judiciário, tribunais administrativos e agências reguladoras devem adotar critérios cada vez mais qualificados de controles.
Governança corporativa, “compliance” e gestão de riscos são exigências se formulam aos gestores públicos. O Brasil tende a passar por profundas transformações nas próximas décadas, que tendem a catapultá-lo a um novo patamar de desenvolvimento e estágio civilizatório.
Fábio Medina Osório é advogado e ex-ministro da Advocacia-Geral da União